Mondrian, Vieira da Silva,
..... "Tout l' equilibre d' un tableau de Mondrian dans cet assemblage de bois de récuperation, exemple typique du mussèque Prenda, mussèque qui fait souvent penser au cubisme." Renée Gagnon
"Recordo os musseques de Luanda vistos do ar, e um diapositivo que então fiz - onde eles lembram um quadro de Vieira da Silva." PENSAMENTOS OCASIONAIS - 2 - in"Trabalhos de Antropologia e Etnologia",41,3/4,2001
Fazer analogias lineares entre, obras arte e a expressão arquitectónica, de condições miseráveis de sobrevivência urbana, de milhares e milhares de seres pensantes, que não têm sequer paredes para abrigar a sua gritante miséria, quanto mais pendurar obras de arte!!!.... pode ser perigoso...
.... ler isto escrito, por terceiros... foi coisa que me trouxe um certo desconforto e incómodo psicológico.
Tanto Mondrian, como Helena Vieira da Silva, estão acima de qualquer suspeita, são duas grandes referências na pintura moderna e são profundamente admirados por mim.
Vieira da Silva pintou a geometria do mundo e dos núcleos urbanos como ninguém; e sem dúvida foi sensível à fome e à miséria, manifestando inquietação e inconformismo na sua atitude perante a vida, incluindo no seu exercício, exacerbado e alucinatório (que tanto me agrada), de linhas, movimentos e expressões de cores labirínticas, multiplicadas em progressões geométricas minuciosas, penso que, assumidamente Kafkianas. .... só que, não as designou, ou baptizou de, Katambor, Cazenga, Prenda, Rocinha, Cidade de Deus, Providência, Nanterre, Champigny ou La Courneuve! ... chamou-lhes "La ville blanche", "Porto", "Paris", "Alegresse", "Roterdam", "Mul-ti-tu-de" ... o que faz toda a diferença!!!!...
Anabela Quelhas
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