ARKIVÃO

ARKIVÃO - espaço para reunir o que vou escrevendo ao longo do tempo, e que se encontra espalhado por aí; arkitectura, referências a terra de origem, divagações disléxicas; tentativa de organização, mas sem critério e por vezes sem cronologia; organização anárKica, incompleta, de conversa da treta, assinada através de diversos pseudónimos.... mas nem tudo estará aqui. Anabela Quelhas

Sunday, September 17, 2006

FRACTAL

Osiris
Quero felicitar-te pela forma como colocaste a importância da estereoscopia e mais do que isso, o enfoque no que seja a realidade e a sua percepção.
Por acaso, a tecnologia da aerofotogrametria ( com que eu trabalho ), com a qual se fazem os mapas plani-altimétricos se baseia exatamente na estereoscopia, já que sem a perpectiva tridimensional seria impossível a representação gráfica do relvo. É por isso que as fotos aéreas sempre incluem uma sobreposição longitudinal e lateral, de forma a que o mesmo objeto fotografado no solo, esteja representado em duas fotos sequenciais, em perpectivas diferentes, para que surja a paralaxe.
Referindo-me à formação da imagem no nosso cérebro, para a percepção visual, tenho para mim que ela talvez seja diferenciada, em maior, ou menor grau, de pessoa para pessoa. Os bastões e bastonetes que se localizam por detrás da retina, são sensibilizados pelos raios luminosos e "constroem o quadro" que é enviado ao cérebro, como se fosse uma imagem scanerizada. Os cachorros e outros animais, por exemplo, não possuem bastonetes, responsáveis pela captação da radiação nas frequências que envolvem o espectro colorido. Têm somente os bastões, pelo que apenas vêm tudo em preto e branco.
Ou seja. a realidade "vista" pelos cachorros é bem diferente da nossa. É apenas em preto e branco. De igual forma a capacidade olfativa deles é milhares de vezes superior à nossa. Ou seja, as nossas realidade em termos de cheiro são bem diferentes.
Por acaso, eu não tenho visão na vista esquerda, pelo que não possuo estereoscopia. Assim, a minha visão tridimensional, necessária por exemplo para percepção de distância quando estou estacionando o carro, resulta apenas de elementos de memorização ( de quando eu via com as duas vistas ). No mais, é como se toda a minha realidade percebida pela visão, fosse como que um écran gigantesco ( bidimensional ).
Como muito bem sabes, são admiráveis os artistas que trouxeram para seus quadros a "visão tridimensional". Destaque para Salvador Dali e sua arte surrealista, mas ao mesmo tempo bem real.
Ainda sobre o número de dimensões na física e sua representação na arte quero destacar o FRACTAL. É a partir dele que surgem aquelas imagens em computador, tão usadas em descanso de tela ( espirais, p.e. ).
Elas são feitas usando-se funções matemáticas exponenciais complexas, em que a potência não é um número inteiro, mas sim uma fração ( por isso a denominação de fractal ).
Numa explicação simples ( se bem que incompleta ) Imaginem uma equação que não seja nem do segundo nem do terceiro grau, mas sim de 2,5. Algo que não é nem bidimensional nem tridimensional.
Já repararam numa simples couve-flor?
Cada um daqueles pequenos componentes brancas que compõem a coroa da couve-flor, tem exatamente a mesma morfologia que a couve flor completa. É um exemplo de fractal na natureza .
Fernando
Fernando:
De facto nem todos os animais têm visão binocular, devido à posição dos olhos em cada um dos lados da cabeça (os cavalos por exemplo); mas nos humanos, é uma caracteristica que atesta a nossa evolução em relação aos primatas, todos possuimos essa capacidade inata de fundir no cérebro as duas imagens.
A arte fractal, que muito bem descreves, integra-se também no grupo de inspiração virtual. Tem como base a geometria e o calculo matemático, e consolida-se actualmente com as possibilidades dadas pelos computadores e as novas teorias da biologia e física. Porém é um caminho distinto da arte dos estereogramas. Na arte fractal, penso eu, que a tendência é o rigor matemático se sobrepor à própria criatividade do artista, o q contraria a própria subjectividade, implícita na arte.Sempre atento e colaborante. )
Um abração,
Anabela QuelhasQuelhas

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