Palácio da Bolsa
R. Ferreira Borges, Porto
A Arquitectura Neoclássica
Na 2ª metade do Século XVIII, a cidade do Porto conheceu um período de grandes transformações do ponto de vista urbanístico e arquitectónico. Sob orientação de João de Almada e Melo, traçou-se um plano que previa a renovação da cidade antiga e o ordenamento das zonas que se estendiam para fora das muralhas. A coordenação dos trabalhos ficou a dever-se à Junta de Obras Públicas, sendo o seu financiamento obtido com um imposto lançado sobre o comércio do vinho.
A reconstrução da Praça da Ribeira, a abertura de novas ruas, e a criação de esplanadas com vista para o rio, são sinais de um novo espírito e do gosto por espaços mais amplos e iluminados, onde a funcionalidade e o lazer constituíam denominadores comuns.
A construção do Hospital de Santo António, um dos vários edifícios públicos com que os Almadas dotaram a cidade, introduziu nela o neopaladianismo, corrente que então imperava em Inglaterra. Este facto traduz bem a influência da colónia inglesa, nomeadamente através do cônsul John Whitehead, autor do risco de outra das construções marcantes nesta época, a Feitoria Inglesa.
Estes edifícios apontam já soluções que serão adoptadas em várias construções que se lhes seguiram, tanto civis, como religiosas: mezaninos, fachadas compostas por superfícies lisas, pórticos e frontões clássicos, janelas de guilhotina.
Data de início de construção - 1842,
Autor: Arquitecto Joaquim da Costa Lima
Influências arquitectónicas: neopaladianismo inglês.
No corpo central, um vestíbulo dá acesso ao Pátio das Nações, coberto por uma estrutura metálica e envidraçada. O pavimento é de mosaico e inspira-se em modelos greco-romanos descobertos em Pompeia. Na restante decoração do interior, destacam-se trabalhos de Soares dos Reis, Teixeira Lopes e António Carneiro.
O Salão Árabe, iniciado em 1862, foi projectado por Gonçalves de Sousa, tendo como modelo o palácio de Alhambra. Os seus ricos ornatos são realçados pela iluminação, que provoca belíssimos efeitos cromáticos.
O Neo-Islamismo
O neoclássico é a tradução de uma fase de revivalismos na arquitectura, desde o revivalismo romano ao grego, ao gótico, ao renascentista, ao barroco, ao islâmico, passando pelos dos anos 40 do século XX.
Algumas correntes europeias e nacionais, vêem assim no passado não uma fonte de inspiração, mas antes um modelo a alcançar.
No século XIX, assiste-se ao desabrochar de um novo gosto estético, que ficou conhecido pela designação de Neo-Islamismo.Vários palacetes e casas de andares foram construídos nessa altura no Porto, denunciando este mesmo estilo. Estas construções localizaram-se nas zonas novas da cidade, como a Avenida da Boavista e entre a Praça da República e a Rua de Cedofeita.As peças mais marcantes deste estilo no Porto são o Depósito da Fábrica das Devesas, na rua José Falcão, o Orfanato e Creche Emília de Jesus Costa, em Gaia e, como obra mais emblemática, o Salão Árabe do Palácio da Bolsa, construído entre 1862 e 1880.
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