ARKIVÃO

ARKIVÃO - espaço para reunir o que vou escrevendo ao longo do tempo, e que se encontra espalhado por aí; arkitectura, referências a terra de origem, divagações disléxicas; tentativa de organização, mas sem critério e por vezes sem cronologia; organização anárKica, incompleta, de conversa da treta, assinada através de diversos pseudónimos.... mas nem tudo estará aqui. Anabela Quelhas

Monday, September 04, 2006

Palácio da Bolsa

Palácio da Bolsa
R. Ferreira Borges, Porto
A Arquitectura Neoclássica
Na 2ª metade do Século XVIII, a cidade do Porto conheceu um período de grandes transformações do ponto de vista urbanístico e arquitectónico. Sob orientação de João de Almada e Melo, traçou-se um plano que previa a renovação da cidade antiga e o ordenamento das zonas que se estendiam para fora das muralhas. A coordenação dos trabalhos ficou a dever-se à Junta de Obras Públicas, sendo o seu financiamento obtido com um imposto lançado sobre o comércio do vinho.
A reconstrução da Praça da Ribeira, a abertura de novas ruas, e a criação de esplanadas com vista para o rio, são sinais de um novo espírito e do gosto por espaços mais amplos e iluminados, onde a funcionalidade e o lazer constituíam denominadores comuns.
A construção do Hospital de Santo António, um dos vários edifícios públicos com que os Almadas dotaram a cidade, introduziu nela o neopaladianismo, corrente que então imperava em Inglaterra. Este facto traduz bem a influência da colónia inglesa, nomeadamente através do cônsul John Whitehead, autor do risco de outra das construções marcantes nesta época, a Feitoria Inglesa.
Estes edifícios apontam já soluções que serão adoptadas em várias construções que se lhes seguiram, tanto civis, como religiosas: mezaninos, fachadas compostas por superfícies lisas, pórticos e frontões clássicos, janelas de guilhotina.
Data de início de construção - 1842,
Autor: Arquitecto Joaquim da Costa Lima
Influências arquitectónicas: neopaladianismo inglês.
No corpo central, um vestíbulo dá acesso ao Pátio das Nações, coberto por uma estrutura metálica e envidraçada. O pavimento é de mosaico e inspira-se em modelos greco-romanos descobertos em Pompeia. Na restante decoração do interior, destacam-se trabalhos de Soares dos Reis, Teixeira Lopes e António Carneiro.
O Salão Árabe, iniciado em 1862, foi projectado por Gonçalves de Sousa, tendo como modelo o palácio de Alhambra. Os seus ricos ornatos são realçados pela iluminação, que provoca belíssimos efeitos cromáticos.
O Neo-Islamismo
O neoclássico é a tradução de uma fase de revivalismos na arquitectura, desde o revivalismo romano ao grego, ao gótico, ao renascentista, ao barroco, ao islâmico, passando pelos dos anos 40 do século XX.
Algumas correntes europeias e nacionais, vêem assim no passado não uma fonte de inspiração, mas antes um modelo a alcançar.
No século XIX, assiste-se ao desabrochar de um novo gosto estético, que ficou conhecido pela designação de Neo-Islamismo.Vários palacetes e casas de andares foram construídos nessa altura no Porto, denunciando este mesmo estilo. Estas construções localizaram-se nas zonas novas da cidade, como a Avenida da Boavista e entre a Praça da República e a Rua de Cedofeita.As peças mais marcantes deste estilo no Porto são o Depósito da Fábrica das Devesas, na rua José Falcão, o Orfanato e Creche Emília de Jesus Costa, em Gaia e, como obra mais emblemática, o Salão Árabe do Palácio da Bolsa, construído entre 1862 e 1880.

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