DA ARTE DE MANEJAR UM CADÁVER
"Su cadáver estava lleno de mundo"
Inicialmente por helicóptero,
foi o corpo transportado
e colocado, semi-nu, para que todos o vissem,
num quarto de lavar a roupa.
Fotografaram os restos mortais,
depois enterraram-nos algures
para que ninguém os visse,
para que não se pudessem mover.
Por ninguém os ver
cresceu o terror
como o cabelo e as unhas dos mortos.
Desenterraram-no, cortaram-lhe o polegar
como prova de que era mortal.
Queimaram-no depois até às cinzas
que enterraram em lugar incerto:
pretendiam impedir que se erguessem
e formassem um exército invisivel.
Por muito tempo ainda, o terror
enterrará e desenterrará
o corpo que mantem uma guerra invisivel
em Santa Cruz. . . e noutras paragens.
Lasse Soderberg
(Amigos cá ando eu a limpar o pó aos livros lidos há mais de 30 anos, long time ago!O poema não tem grande qualidade, mas quem evocará? )
Anabela Quelhas
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